domingo, março 30, 2008

Time arrumado I

Com o término da primeira fase do Baianão alguns resultados começam a ser notados, e um deles é o desenvolvimento do time tricolor.
É bem verdade que um time com Rogério e Alisson não precisa ver a bola rolar pra perceber que tem a melhor defesa do Baianão! Mas, o trabalho de Comelli pode ser notado na postura dentro de campo. Os jogadores têm mais consciência das funções táticas e o time adquiriu maior variação no esquema de jogo com Marcone como falso volante e os laterais que ora se comportam como marcadores, ora como alas.
O problema do Bahia, ao contrário do seu maior rival, é o ataque. Charles é o mais esforçado com uma média de 5 finalizações por jogo, o problema é quantas delas são convertidas em gols. E por isso não possui a confiança do técnico. Por outro lado, a experiência de Didi e a disciplina tática do jogador parecem agradar Comelli, mesmo com o jejum de gols do centroavante.
A dúvida está centrada na escalação do meio-campo. Elias, Fausto e Marcone têm lugar garantido no quadrangular final, o problema é a quarta vaga: Rivaldo, Ananias e agora Cléverson disputam espaço no time.

  • "Reforços"

Por enquanto, o fato que tem agradado ao técnico Paulo Comelli é a chegada de "reforços" para a reta final. O treinador não esconde o sorriso ao falar da posibilidade de contratações, após três meses fazendo malabarismos para escalar a equipe.
Mas, há um ponto curioso: apesar dos reforços chegarem por indicação do técnico, nenhum deles vem com a garantia de um contrato superior a três meses. E talvez a desonfiança seja fruto das indicações frustradas de Anderson Costa e Rivado. Um já joi...

Atenção! Homens trabalhando.

A frase acima é muito comum na construção civil, mas bem que poderia ser colocada na entrada do Barradão! Afinal, a última semana foi bastante agitada para os rubro-negros com a saída do técnico Vadão e a chegada de Vagner Mancini. E a próxima semana não dá sinais de que será diferente.
A mudança no comando já era anunciada a muito tempo, mas a supresa foi na escolha do substittuto. Aparentemente o Vitória aposta na escolha por técnicos que tenham habilidade para trabalhar com atletas jovens. Só este fato pode justifcar a contratação.

Vagner Mancini é um bom técnico mas tem alguns pontos que levam a torcida a desconfiar do seu trabalho:

1. Qualidade: ele não é melhor ou mais experiente que Vadão, seu antecessor.
2. Estilo: foi demitido do Grêmio por supostamente ser muito ofensivo. E acaba de assumir um time com vários problemas defensivos.
3. Tempo: precisa conhecer o elenco em poucos dias e recuperar o time com uma possível vitória sobre o Paraná na Copa do Brasil. Tarefa nada fácil!

Qualquer resultado positivo na Copa do Brasil ou na briga pelo título baiano seria uma grata surpresa para a torcida rubro-negra. Por enquanto, a prudência recomenda esperar...
Afinal, Mancini terá muito trabalho pela frente. Mas, uma coisa ele já percebeu: "o time é muito disperso na defesa."

segunda-feira, março 24, 2008

Desculpas

Aos milhões de leitores do Fatos e Futebol, o pedido de desculpas. O blog passa por um momento de transição, e por isso as postagens andam desatualizadas. Nesta semana vamos compensar o atraso com uma série de postagens e com uma pequena mudança de perfil: mais textos em menor tamanho.
Para aqueles leitores fiéis ao Lance Tático e outros quadros semanais, nós pedimos um pouco de paciência. Devido alguns problemas técnicos não podemos elaborar postagens extensas nas próximas semanas. Mas, garantimos que não haverá perda de qualidade!

A equipe do Fatos e Futebol agradece!

domingo, março 02, 2008

O que foi a Gigante Tricolor - Opinião

A oposição tricolor conseguiu reunir nomes fortes de determinados setores da sociedade baiana no intuito de mudar a estrutura administrativa do Bahia. Só o fato de reunir cerca de 5oo tricolores num lugar fora do estádio de futebol já é um grande mérito. A torcida tricolor começa a entender o Bahia como um clube empresa e não apenas como time de futebol. Isso é um avanço!

Mas, não poderia deixar passar algumas críticas ao evento:

1. O Governador Jaques Wagner não compareceu ao evento em troca, ele enviou o chefe de gabinete do governo, Fernando Schmidt.

2. O mestre de cerimônia seria Eliseu Godoy - que não compareceu devido a problemas não explicados. O evento atrasou cerca de uma hora, e passaram o dia inteiro na expectativa de que ele chegasse - fato que não ocorreu.

3. Após o atraso e a excelente palestra de Marco Aurélio Klein, a organização teve problemas para manter a programação. A prova? Às 13:20 avisaram que haveria um rápido intervalo(para o lanche) que seria encerrado às 13:30. Não era preciso ser nenhum vidente para saber que uma programção assim não iria dar certo. Dito e feito, os grupos temáticos só iniciaram os trabalhos às 14:30 e o detalhe é que até às 16:30 ainda chegavam participantes...

Qual foi o maior problema?

A oposição reuniu propostas com o apoio da torcida, discutiu sobre gestão profissional mas esqueceu um detalhe muito importante: discutir a democracia no clube e as eleições de 2008-9. Com isso, perderam uma grande oportunidade de esclarecer dúvidas sobre o novo Estatuto ou incentivar uma campanha para a entrada de novos sócios no clube.
Poucos torcedores sabem que poderiam votar na formação de um novo Conselho Delibertativo em 2009. E não fazem a menor idéia que este mesmo Conselho poderá eleger o novo presidente ou forçar uma renúncia do grupo de Paulo Maracajá antes de 2011.
As pessoas passaram muito tempo discutindo administração e markenting, mas esqueceram que antes de criar propostas é preciso encontrar formas de democratizar o clube. Uma pena...

O que foi a Gigante Tricolor - I

A Conferência Gigante Tricolor foi realizada no Centro de Convenções na última terça-feira(26/02), e mais uma vez o Fatos e Futebol marcou presença num evento que se tornou marco de união e democracia do futebol baiano.
A Conferência não contou com o número divulgado de 1500 inscritos, mas os cerca de 5oo presentes participaram ativamente das atividades. O esvaziamento pode ser justificado graças a vitória no último Ba-Vi, infelizmente parece que os torcedores se acomodaram sobre as glórias do clássico.

Quanto ao evento, alguns convidados enriqueceram o conteúdo dos debates, dentre eles:
  • Marco Aurélio Klein especialista em Marketing Esportivo.
O professor da Fundação Getúlio Vargas citou exemplos de cases de sucesso na gestão de clubes como: Manchester United e Barcelona. Quando questionado sobre as diferenças de desenvolvimento entre os países europeus e o Brasil, ele responde: "A questão é achar o modelo(de gestão) certo para cada lugar, economia e cultura."

Dois pontos discutidos e que merecem destaque são as diferenças entre "torcedores ou simpatizantes" e "rivais ou concorrentes." Segundo Klein, os dirigentes se enganam quando interpretam simpatizantes como torcedores. O torcedor é apaixonado e sempre está presente, ainda que o time esteja mal. Os simpatizantes - esse sim o público em potencial - são aqueles que o clube deve conquistar e fidelizar como torcedor-consumidor. Não por acaso, quando o Flamengo venceu a Taça Guanabara centenas de baianos no interior do Estado comemoram como se estivessem no Rio de Janeiro.

Quanto a relação rivais X concorrentes, a rivalidade entre Bahia e Vitória só deveria ocorrer no esporte. Mas, na gestão os clubes devem ser parceiros. O concorrente do E.C. Bahia não é o rubro-negro baiano e sim os outros fatores que afastam a torcida do estádio num domingo à tarde por exemplo:

1. Shows
2. Praia
3. Cinema
4. Bares e Restaurantes
5. Instalações decadentes
6. Violência
7. Transporte

O professor Marco Aurélio Klein ainda abordou 5 pontos fundamentais para uma gestão profissional:

a) Olhar o futebol como um todo.
b) Entender o mercado entretenimento e conhecer a concorrência.
c) Foco nas receitas possíveis e custos que podem ser evitados.
d) Qualificar o produto/evento, oferecer segurança e conforto ao fã-cliente.
e) Ter Planejamento Estratégico e um Plano de Ação.

Enquanto os funcionários tricolores ameaçam com a possibilidade de greve devido ao atraso nos salários, o Machester United e Barcelona foram citados como exemplo de boa gestão e planejamento financeiro. O Manchester mantem uma rígida política na qual as despesas não ultrapassam o limite de 48% das receitas. Mas, nem precisávamos ir tão longe: o caçula Vitória da Conquista negocia espaços de publicidade com patrocinadores e mantém uma estrutura de 100 mil/mês. O objetivo do clube é transformar a renda da bilheteria numa receita extra e evitar a dependência financeira com o humor da torcida.
  • Reub Celestino e sua polêmica proposta

No grupo temático "Planejamento e gestão de futebol profissional" o economista Reub Celestino falou sobre modelos de gestão que poderiam ser seguidos pelo clube. Uma das principais idéias do economista é a internacionalização da marca: BAHIA. Para Celestino, o cenário atual não favorece o desenvolvimento do clube, a solução seria uma parceria com um clube europeu - onde foram sugeridos clubes portugueses e espanhóis devido a proximidade da língua. A idéia central seria exportar mão de obra(jogadores e técnicos) e importar gestores europeus, a intenção seria "aprender com eles."

Mas, a polêmica surge quando ela sugere uma parceria com o Barcelona onde estariam inclusos jogos amistosos com o Bahia durante a pré-temporada européia. A intenção seria atrair a mídia e tornar o Bahia no representante do Barça no Brasil. Nessa proposta, há controvérsias... mas o que são as grandes idéias sem um pouco de loucura, não é mesmo?

  • Preto abre a boca...
Depois de recindir contrato com o clube, o volante Preto foi um dos participantes na Conferência e parece não ter abandonado seu jeitão polêmico. Ele falou sobre as condições precárias na estrutura de treinamento do Fazendão:

"Andei um período machucado, fiz o tratamento e me recuperei bem. Então, Maracajá me perguntou se queria treinar com o time na Fonte Nova. Eu aceitei e fiz um bom treino, não senti nehuma dor. Quando retornei aos treinos nos campos do Fazendão, as dores também voltaram e outras que nem existiam, surgiram."

Um torcedor então perguntou: "Como assim? Maracajá participa do dia-a-dia dos jogadores? Ele ainda manda no clube?" Preto respondeu com nova pergunta...

"E VOCÊ TEM ALGUMA DÚVIDA DISSO?" (fato que estimulou risos entre os presentes)

Segundo o ex-volante tricolor quem fez o convite para retornar ao Bahia e acertou as bases de seu contrato foi o próprio Paulo Maracajá. E sobre a relação do dirigente com o ex-técnico Artuzinho, o jogador relata: "Maracajá não gostava de Artuzinho, quem apostou no técnico desde o início e fazia o `meio-campo´ durante discussões era Rui Accioly - Diretor de Futebol."

É torcedor, a situação parece mais caótica do que esperávamos!

*** Outros debates também ocorreram. Mas, infelizmente o Fatos e Futebol ainda trabalha com equipe reduzida.