domingo, março 02, 2008

O que foi a Gigante Tricolor - I

A Conferência Gigante Tricolor foi realizada no Centro de Convenções na última terça-feira(26/02), e mais uma vez o Fatos e Futebol marcou presença num evento que se tornou marco de união e democracia do futebol baiano.
A Conferência não contou com o número divulgado de 1500 inscritos, mas os cerca de 5oo presentes participaram ativamente das atividades. O esvaziamento pode ser justificado graças a vitória no último Ba-Vi, infelizmente parece que os torcedores se acomodaram sobre as glórias do clássico.

Quanto ao evento, alguns convidados enriqueceram o conteúdo dos debates, dentre eles:
  • Marco Aurélio Klein especialista em Marketing Esportivo.
O professor da Fundação Getúlio Vargas citou exemplos de cases de sucesso na gestão de clubes como: Manchester United e Barcelona. Quando questionado sobre as diferenças de desenvolvimento entre os países europeus e o Brasil, ele responde: "A questão é achar o modelo(de gestão) certo para cada lugar, economia e cultura."

Dois pontos discutidos e que merecem destaque são as diferenças entre "torcedores ou simpatizantes" e "rivais ou concorrentes." Segundo Klein, os dirigentes se enganam quando interpretam simpatizantes como torcedores. O torcedor é apaixonado e sempre está presente, ainda que o time esteja mal. Os simpatizantes - esse sim o público em potencial - são aqueles que o clube deve conquistar e fidelizar como torcedor-consumidor. Não por acaso, quando o Flamengo venceu a Taça Guanabara centenas de baianos no interior do Estado comemoram como se estivessem no Rio de Janeiro.

Quanto a relação rivais X concorrentes, a rivalidade entre Bahia e Vitória só deveria ocorrer no esporte. Mas, na gestão os clubes devem ser parceiros. O concorrente do E.C. Bahia não é o rubro-negro baiano e sim os outros fatores que afastam a torcida do estádio num domingo à tarde por exemplo:

1. Shows
2. Praia
3. Cinema
4. Bares e Restaurantes
5. Instalações decadentes
6. Violência
7. Transporte

O professor Marco Aurélio Klein ainda abordou 5 pontos fundamentais para uma gestão profissional:

a) Olhar o futebol como um todo.
b) Entender o mercado entretenimento e conhecer a concorrência.
c) Foco nas receitas possíveis e custos que podem ser evitados.
d) Qualificar o produto/evento, oferecer segurança e conforto ao fã-cliente.
e) Ter Planejamento Estratégico e um Plano de Ação.

Enquanto os funcionários tricolores ameaçam com a possibilidade de greve devido ao atraso nos salários, o Machester United e Barcelona foram citados como exemplo de boa gestão e planejamento financeiro. O Manchester mantem uma rígida política na qual as despesas não ultrapassam o limite de 48% das receitas. Mas, nem precisávamos ir tão longe: o caçula Vitória da Conquista negocia espaços de publicidade com patrocinadores e mantém uma estrutura de 100 mil/mês. O objetivo do clube é transformar a renda da bilheteria numa receita extra e evitar a dependência financeira com o humor da torcida.
  • Reub Celestino e sua polêmica proposta

No grupo temático "Planejamento e gestão de futebol profissional" o economista Reub Celestino falou sobre modelos de gestão que poderiam ser seguidos pelo clube. Uma das principais idéias do economista é a internacionalização da marca: BAHIA. Para Celestino, o cenário atual não favorece o desenvolvimento do clube, a solução seria uma parceria com um clube europeu - onde foram sugeridos clubes portugueses e espanhóis devido a proximidade da língua. A idéia central seria exportar mão de obra(jogadores e técnicos) e importar gestores europeus, a intenção seria "aprender com eles."

Mas, a polêmica surge quando ela sugere uma parceria com o Barcelona onde estariam inclusos jogos amistosos com o Bahia durante a pré-temporada européia. A intenção seria atrair a mídia e tornar o Bahia no representante do Barça no Brasil. Nessa proposta, há controvérsias... mas o que são as grandes idéias sem um pouco de loucura, não é mesmo?

  • Preto abre a boca...
Depois de recindir contrato com o clube, o volante Preto foi um dos participantes na Conferência e parece não ter abandonado seu jeitão polêmico. Ele falou sobre as condições precárias na estrutura de treinamento do Fazendão:

"Andei um período machucado, fiz o tratamento e me recuperei bem. Então, Maracajá me perguntou se queria treinar com o time na Fonte Nova. Eu aceitei e fiz um bom treino, não senti nehuma dor. Quando retornei aos treinos nos campos do Fazendão, as dores também voltaram e outras que nem existiam, surgiram."

Um torcedor então perguntou: "Como assim? Maracajá participa do dia-a-dia dos jogadores? Ele ainda manda no clube?" Preto respondeu com nova pergunta...

"E VOCÊ TEM ALGUMA DÚVIDA DISSO?" (fato que estimulou risos entre os presentes)

Segundo o ex-volante tricolor quem fez o convite para retornar ao Bahia e acertou as bases de seu contrato foi o próprio Paulo Maracajá. E sobre a relação do dirigente com o ex-técnico Artuzinho, o jogador relata: "Maracajá não gostava de Artuzinho, quem apostou no técnico desde o início e fazia o `meio-campo´ durante discussões era Rui Accioly - Diretor de Futebol."

É torcedor, a situação parece mais caótica do que esperávamos!

*** Outros debates também ocorreram. Mas, infelizmente o Fatos e Futebol ainda trabalha com equipe reduzida.

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