segunda-feira, agosto 07, 2006

Ba-Vi: Notas da Primeira Fase

No Bahia:

VERGONHA para os diretores que mantém os salários atrasados no clube. Segundo Laerte em declaração recente para o programa Cartão Verde Bahia: "os médicos só trabalham para cumprir o juramento de profissão." O elenco ainda teria 2 meses de atrasados e outros funcionários teriam até 13 meses sem conhecer a cor do dinheiro...

APLAUSOS para Nação Tricolor que ajuda o clube com incentivo incondicional - 21 mil pessoas no último domingo - é sinônimo de renda garantida durante os jogos da Fonte Nova. Ah, se não fosse o bicho de cada dia...

No Vitória:

VERGONHA para a maneira como Fito Neves foi demitido pela diretoria rubro-negra. Faltou sensibilidade para os dirigentes e educação para o técnico que ainda tentou incitar uma briga com um dos setoristas no CT do clube.

APLAUSOS para Ferreira que assumiu o time rubro-negro com apenas 3 dias para arrumar a casa. Ele assinou um contrato de risco - sem prazo - com a garantia de manutenção no cargo enquanto o Vitória estiver na competição. O técnico reintegrou o goleiro Émerson ao elenco e mostrou "estrela" com a conquista da liderança do grupo 08 e a classificação para a segunda fase da Série C.

Série C: Dupla Ba-Vi

Havia um risco eminente na última rodada: Bahia e Vitória poderiam integrar o mesmo grupo já na segunda fase da Série C. Para tanto, bastava que um dos dois terminasse a primeira fase em segundo lugar do seu respectivo grupo. Mas para a alegria do futebol baiano, os dois clubes conquistaram os primeiros lugares dos grupos 07 e 08, assim não sofrerão com um confronto precoce no campeonato.

O Bahia têve uma boa atuação dos reservas contra o Confiança, principalmente no primeiro tempo do jogo. Charles orientou a equipe à pressionar o adversário desde os minutos iniciais; os sergipanos ficaram assustados com o "abafa" e levaram o primeiro gol logo aos 4 minutos.
O time B demonstrou uma grata surpresa aos torcedores. A equipe jogou em grande velocidade e com boas triangulações entre Dadico, Gil e Paulo César no primeiro tempo. Elias têve boa movimentação - mesmo com a evidente falta de ritmo - enquanto Salvino mostrou qualidade nos passes e visão de jogo. O único problema do volante tricolor é o excesso de preciosismo em alguns momentos. Por último, o goleiro França que havia substituído Darci machucado, apresentou bom desempenho nas bolas aéreas e na reposição de jogo.
Como esperado, o ritmo do time tricolor caiu muito no segundo tempo. Mas, o placar de 2x0 foi consolidado com a atuação destacada de Paulo César. O atacante continua agradando a Nação Tricolor com raça, velocidade e alguns dribles desconcertantes.
Dentre todos os tricolores, o técnico Charles Fabian talvez tenha sido o maior premiado da noite de domingo. Ele conquistou a classificação antecipada, venceu o último jogo e ganhou o título de "efetivo". O novo auxiliar técnico ainda não foi definido, mas em compensação, o preparador-físico Lúcio Novelli retorna à casa depois de participar das últimas conquistas do clube em 2001-02.

O Vitória têve uma semana agitada, após a derrota de 2x1 para o já eliminado Ipitanga. O time apresentou um futebol apático ao longo da primeira fase e não convenceu o torcedor rubro-negro com as vitórias anteriores e os jogos pouco convincentes. Com a derrota para a Cenoura Mecânica, o técnico Fito Neves não permaneceu no cargo e têve a sua demissão anunciada extra-oficialmente por todas as rádios logo após a partida.
Na quinta-feira uma longa reunião definiu o campeão baiano Ferreira como novo técnico rubro-negro. Em menos de 3 DIAS o novo técnico aceitou o convite da diretoria e assumiu o comando do time com uma difícil missão: vencer ou declarar férias antecipadas no clube.
Além de coragem e confiança no próprio trabalho, Ferreira demonstrou sorte ao vencer e convencer os torcedores de que o Vitória reencontrou seu rumo com os 3 pontos conquistados contra o Pirambu e a classificação como líder do grupo. O técnico demonstrou ousadia e muita lucidez ao armar o time no 3-5-2 reforçando a defesa que apresentava falhas e utilizando o potencial dos alas para abastecer o ataque.

Agora, a dupla Ba-Vi terá uma semana tranquila para os torcedores e de muito trabalho para os técnicos. Charles Fabian e José Ferreira devem utilizar a semana para implantar seus métodos de trabalho e corrigir as deficiências apresentadas por suas equipes na primeira fase. Porque a segunda etapa será ainda mais difícil.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Lista dos Convocados

Veja a LISTA COMPLETA dos jogadores CONVOCADOS por Dunga:

Goleiros:Gomes (PSV/HOL) e Fábio (Cruzeiro)

Laterais:Cicinho (Real Madrid/ESP), Gilberto (Hertha Berlin/ALE), Maicon (Internazionale/ITA) e Marcelo (Fluminense)

Zagueiros:Juan (Bayer Leverkusen/ALE), Lúcio (Bayern de Munique/ALE), Luisão (Benfica/POR) e Alex (PSV/HOL)

Meias:Dudu Cearense (CSKA/RUS), Edmílson (Barcelona/ESP), Elano (Shakhtar/UCR), Gilberto Silva (Arsenal/ING), Julio Baptista (Real Madrid/ESP), Morais (Vasco), Wagner (Cruzeiro) e Jônatas (Flamengo)

Atacantes:Daniel Carvalho (CSKA/RUS), Vágner Love (CSKA/RUS), Fred (Lyon/FRA) e Robinho (Real Madrid/ESP)

QUAL SERIA A SUA?

Convocação de Dunga

Assim como o novo técnico, a Seleção que foi convocada na última terça-feira precisa de tempo para demonstrar talento e bom futebol. Dunga foi um volante competente, além da qualidade nos desarmes ele apresentava bom senso de posicionamento e evoluiu no fundamento do passe ao longo da carreira de jogador. Como técnico ainda é uma incógnita.
O mínimo que se espera de Dunga é a mesma liderança e personalidade forte que o caracterizaram como capitão da Seleção Brasileira. Na primeira convocação para o amistoso contra a Noruega - ainda que de forma prematura - é possível observar o perfil de jogadores aguerridos.
A lista apresenta uma mescla entre jogadores com mais experiência e pouco desgastados durante a Copa com novos valores do futebol brasileiro. O técnico ainda mantêve o bom senso de evitar a convocação de jogadores que atuam no São Paulo ou no Internacional - equipes que disputam a Libertadores da América.
O time tem qualidade para disputar um amistoso contra a Noruega mas como sempre, algumas convocações ainda são contestáveis. Nas laterais, Gilberto não apresentou um bom futebol nas partidas em que atuou como titular na Seleção ou mesmo nos treinos da Copa, enquanto Maicon fez boas atuações quando têve chance mas limita-se a qualidade de "jogador esforçado".
No meio-campo: Dudu Cearense, Julio Batista e Jônatas se enquadram no mesmo perfil dos aguerridos e esforçados. Com o agravante de que Dudu estava na reserva do CSKA da Rússia. Quanto a Jônatas, ele iniciou a carreira em 2002 como um meia apenas regular, mas pode tornar-se um volante acima da média se bem orientado.
No ataque Daniel Carvalho assim como Dudu atuava na reserva do time russo. Mesmo assim, Dunga tenta premiar alguns jogadores por passagens anteriores nas seleções de base ou pela regularidade no Brasileirão 2006, a exemplo do promissor lateral-esquerdo do Fluminense: Marcelo.
O mérito do novo técnico na última convocação, foi o bom senso de evitar uma queda-de-braço com dirigentes de Internacional e São Paulo - comportamento raro entre os integrantes da CBF. O outro ponto interessante foi a valorização dos garotos no processo de renovação do time e o respeito ao talento independentemente da fase de alguns jogadores como Daniel Carvalho ou Morais - que apesar da boa regularidade no campeonato nacional perdeu a decisão da Copa do Brasil recentemente.
As principais ausências foram as convocações do volante Arouca(Fluminense) e do lateral-direito Daniel Alves(do Sevilla). Os dois são mais talentosos que alguns "esforçados" dessa Seleção. Arouca é um dos destaques no time carioca e Daniel foi eleito o melhor lateral da temporada 2005-6 do futebol espanhol. De qualquer forma, para um amistoso despretensioso contra a Noruega, a primeira convocação de Dunga pode ser considerada boa, apenas isso.

segunda-feira, julho 31, 2006

Série A: Firme e Forte

A inter-temporada durante a Copa do Mundo de 2006 parece que fez bem a pelo menos dois times: Palmeiras e Santa Cruz. Tite e Mauricio Simões souberam treinar e principalmente motivar os atletas para a difícil missão de fugir da Zona de Rebaixamento.
O salto mais significativo foi do Palmeiras. Tite parece ter conseguido unir o elenco e contornar os problemas de vaidade no grupo. Esse retrato pode se percebido na declaração de jogadores como Juninho Paulista:"hoje jovens e veteranos ajudam e incentivam uns aos outros". Não por acaso, Marcinho recusou proposta do Atlético de Madrid e aceitou a função de ser o décimo segundo jogador do time.
O esquema tático e o estilo de jogo também influenciaram a evolução palmeirense. Os jogadores apresentam excelente preparo físico e o 3-6-1 permite que as principais qualidades do grupo sejam evidenciadas. Edmundo e Juninho Paulista atuam no meio-campo, criando jogadas próximos à área adversária e marcando a saída de bola. Paulo Baier voltou a atuar na posição original de ala. Ele atua melhor avançando em diagonal, finalizando e criando tabelas perigosas pelo lado direito.
Quanto a marcação, os palmeirenses conseguiram cobrir sua falhas com uma disposição incansável nos desarmes e um meio-campo bem "congestionado". Os adversários não têm espaços para trocar passes no meio e são forçados a atacar pelas laterais. Mas isso se Paulo Baier e Michael permitirem que algum lateral avance e deixe o corredor desguarnecido. O esquema tático ainda apresenta falhas quando os atacantes adversários recebem lançamentos nas costas dos alas palmeirenses. Porém essa deficiência é suprida com a pega de jogadores como Alceu e Wendel. Após a excelente atuação no 4x2 contra o Paraná - que realiza boa campanha no Brasileirão - parece que o Palmeiras realmente se ajustou e Tite conseguiu dar estabilidade ao time.

Série C: Times Baianos

Os times baianos têm feito uma campanha regular na Série C. As equipes do interior como o Ipitanga e o atual campeão baiano Colo-Colo decepcionaram. A Cenoura Mecância comandada por Alcir Silva ostenta quatro derrotas em quatro jogos, já o Tigre de Ilhéus tem apenas um ponto.
Enquanto isso, a dupla Ba-Vi assume a ponta dos Grupos 7 e 8 respectivamente. O Bahia ostenta no cartel três vitórias consecutivas, mas só na última rodada apresentou bom futebol. Coincidência ou não, o fato é que o tricolor baiano evoluiu após a saída do técnico Mauro Fernandes.
O Luxemburgo do Nordeste pediu demissão após denunciar o atraso de salários de jogadores e funcionários do clube. A saída foi conturbada mas aparentemente não prejudicou o grupo que aplicou uma goleada de 4x2 sobre o Colo-Colo no fim de semana. A dúvida que paira sobre o Fazendão é: quem deve comandar a nau tricolor com salários atrasados e ainda assim conduzir o clube à Série B de 2007 ?
Alguns bons nomes são cogitados como: Givanildo Oliveira(ex-Atlético-PR), Ferreira(do eliminado Colo-Colo) ou Artuzinho (ex-Vitória). Outros preferem apostar na permanência do técnico-interino Charles. O problema está na falta de experiência do ex-atacante e ídolo tricolor. A responsabilidade é muito grande para alguém que até semana passada comandou os Juniores na Copa BH.
Quanto ao Vitória, o técnico Fito Neves ainda pena para descobrir um bom atacante e ajustar o meio-campo. O atacante Mendes foi artilheiro da equipe no Baianão 2006, mas ainda não deslanchou na Série C e seu substituto natural(Marcelo Moreno) ainda sofre com a pouca experiência. Outros atacantes como Bida e Hugo são apenas razoáveis e estão longe de resolver o problema da falta de gols na Toca do Leão.
No meio-campo rubro-negro, a dúvida saúdável tornou-se enxaqueca para Fito. O recém- chegado volante Rincón foi vaiado pela torcida no jogo contra o Coruripe. Garrinchinha é o xodó rubro-negro e agrada os torcedores pela velocidade na marcação e qualidade nos contra-ataques. No setor de criação, Índio é intocável graças aos gols marcados mas Leandro Domingues e Jorge Henrique ainda brigam por uma vaga. O último parece levar vantagem com a precisão das cobranças de falta e o talento na perna esquerda.
O Vitória ainda precisa ajustar o time dentro de campo a adquirir reforços. Enquanto o Bahia só conseguirá manter a boa fase quando pagar os atrasados e o Presidente Petrônio Barradas parar de admitir a incompetência administrativa em público quando afirma: "Em nenhum momento houve a promessa de que os salários seriam pagos em dia..."

segunda-feira, julho 10, 2006

Zebra Azzurra

Itália e França fizeram um jogo regular. A Azzurra brilhou pelo talento dos seus defensores, com jogadores como Pirlo, Gattuso e principalmente Canavarro. O último talvez tenha sido o melhor jogador da Copa não fosse pela escolha do craque Zidane, mesmo manchada por uma expulsão.
O jogo em si têve equilíbrio, com algumas chances incríveis desperdiçadas pela França, muitas vezes com a demora excessiva dos atacantes nas finalizações. A Itália também têve boas oportundades principalmente em escanteios, um deles originou o gol de empate no 1x1.
Mesmo com o empenho e a motivação dos times em campo, a qualidade técnica foi frustrante ainda que coerente com a média de gols do mundial. A Copa do Mundo de 2006 tem a segunda pior média de gols, a primeira foi a Copa de 90.
Como havia escrito antes, não queimei a língua, mas com certeza os dedos... a Azzurra foi consagrada campeã. Esperava gols, finalizações e um maior volume de jogo da França pelo futebol apresentado em partidas anteriores. Mas, os italianos mantiveram uma postura sólida na defesa e justificaram a fama de Parede Impenetrável. A equipe comprovou o favoritismo apontado antes da Copa ainda que tenha feito uma campanha apenas regular no mundial.
Talvez eu seja muito exigente e essa realmente tenha sido a Copa da Azzurra. Os italianos jogaram o conhecido feijão-com-arroz que sempre funcionou. O bom futebol francês desapareceu na final, Zidane foi expulso e Totti - o italiano mais habilidoso - nem entrou em campo. O título premiou a vitória da defesa italiana sobre o ataque francês.
A Azzurra trilhou essa Copa sem grande badalação, jogou passo à passo e terminou campeã do mundo. O técnico Marcelo Lippi comprovou o status de melhor técnico da Copa e talvez tenha sido o mais sortudo nos cruzamentos com: Austrália e Ucrânia. A Azzurra também foi uma Zebra competente, os italianos jogaram contra os donos da casa(Alemanha) nas semi-finais e na final conseguiram superar o melhor futebol - ao menos na fase de mata-mata - da França.
As defesas e os desarmes brilharam nesse mundial em detrimento dos passes e dos gols. O tetra-campeonato da Itália foi a consagração disso. O que não significa que foi um torneio ruim. A Copa do Mundo da Alemanha foi competitiva, poderia ter sido melhor.

Jogo aberto, bom pra Copa!

Portugal e Alemanha realizaram um dos jogos mais abertos da Copa com quatro gols em 90 minutos. As duas equipes apresentaram um futebol competitivo ao longo do torneio.
Os portugueses abandonaram a forte marcação que os consagrou durante a competição para apostar num futebol ofensivo e na suposta fragilidade da defesa alemã. Mas Klisman surpreendeu Felipão e os patrícios com uma linha de defensores bem postada e o conhecido jogo coletivo.
Uma seleção sem grandes talentos foi empurrada por toda uma nação. A Alemanha como país anfitrião conquistou o terceiro lugar com méritos. Com estádio lotado e os torcedores cantando durante toda a partida era bem provável que os portugueses ficassem desnorteados.
Portugal sofreu dois gols através de falhas no próprio sistema defensivo: o goleiro Ricardo foi "surpreendido" pelo chute irreprensível de Schweinsteiger quando ainda estava adiantado; no segundo gol o corte do zagueiro prejudicou a reação portuguesa.
A Alemanha apresentou grande equilíbrio nos setores de defesa e ataque. Os portugueses avançaram a marcação no segundo tempo do jogo, escalaram até quatro atacantes mas não foi suficiente para superar a defesa alemã.
Mesmo na disputa do terceiro lugar Portugal e Alemanha deixaram o exemplo de dedicação, raça e empenho. O alemães mesmo vencendo os jogos nunca abdicaram do ataque, enquanto os portugueses lutaram até o apito final. Foi um jogo aberto em respeito ao futebol.

segunda-feira, julho 03, 2006

Semi-Finais da Copa

Portugal x França - aos amantes do futebol.

A qualidade das duas equipes cria a expectativa de um bom jogo. Portugal e França atuam sob um mesmo esquema tático: o 4-5-1.
A Seleção Portuguesa tem uma a campanha regular. Os portugueses ostentam 4 vitórias e a classificação às semi-finais após um jogo tenso contra Inglaterra, onde consagraram-se dois heróis: o técnico Felipão e o goleiro Ricardo.
Os Blues como os franceses são conhecidos, não inspiravam confiança aos torcedores. A classificação às oitavas ocorreu no último jogo da primeira fase contra a Togo. Mas após a partida contra os africanos, a equipe francesa acordou com o choque inicial e realizou dois bons jogos contra Espanha(3x1) e Brasil(1x0).
Os times apresentam muitas qualidades, algumas parecidas outras distintas. Além do esquema tático, há quatro destaques em cada time. Os volantes Vieira(França) e Maniche(Portugal) marcam com eficiência e aparecem na área do adversário com muita facilidade. O camisa 10 francês pode desequilibrar o jogo ao lado do habilidoso meia Ribery e do consagrado atacante Henry. Do lado português, Deco retorna após cumprir suspensão e pode estar motivado a realizar um grande jogo ao lado do habilidoso capitão Figo e do opotunista atacante Cristiano Ronaldo. Isso pode equilibrar a partida. O ponto determinante do jogo deve encontrar-se mais uma vez na qualidade do goleiro Ricardo e na determinação do técnico Felipão.
Esse será o jogo da técnica dos franceses contra a raça dos lusitanos. As duas equipes marcam por pressão, por isso uma delas deve adotar estratégia diferente para o jogo. Se repetir a atuação contra o Brasil, os franceses devem esperar a iniciativa de Portugal e tentar dominar as ações com a manutenção da posse de bola.
O futebol é a arte do imprevisível. Mas, o vencedor do confronto entre Portugal e França tem boas chances de tornar-se o novo campeão mundial.

Semi-Finais da Copa

Alemanha x Itália - é um jogo equilibrado.

O futebol alemão cresceu com os resultados dos últimos jogos e o apoio da torcida. A Alemanha joga no 4-3-1-2 e depende diretamente do futebol coletivo com a troca de passes no meio-campo e da inpiração da dupla de ataque Klose e Podolski. A troca de passes rápidos na frente e a alternância com a cadência e distribuição do jogo formam a força desse time.
A Itália tem um futebol instável, mas um padrão de jogo bastante regular. A formação no 4-4-2 tem como característica as linhas de quatro defensores e quatro volantes à frente. A proposta do jogo italiano baseia-se nos contra-ataques, na solidez defensiva e no brilho de Totti. A presença do craque italiano cria um sentimento de confiança dentre os demais jogadores além de trazer grandes problemas a defesa alemã com a velocidade de raciocínio do meia.
A Alemanha tem a vantagem de jogar em casa com uma torcida vibrante e a liderança positiva do técnico Jürgen Klinsmann no banco. Mas a Itália pode vencer o jogo se a estrela do meia Totti brilhar e a defesa manter-se como a Parede Impenetrável.

Futebol 1x0 Brasil

O sonho do hexa-campeonato em 2006 tornou-se um doloroso pesadelo para o Brasil. Mas a derrota não se resumiu ao jogo contra a França, ela foi construída ao longo da Copa; desde os treinos em campos reduzidos na Suiça aos segredos da escalação de Parreira.
As estatísitcas da Seleção escondiam suas próprias falhas maqueadas por números positivos - com 10 gols pró e apenas 1 contra - até o jogo contra Gana. Segundo o técnico da Seleção Sub-23 do Irã Renê Simões, "é fisiologicamente impossível um jogador treinar em ritmo leve e render o máximo durante os jogos". Pelo menos há uma coerência com o time de Parreira, a Seleção jogou no ritmo dos treinos.
Além da preparação, a ineficiência do Quarteto Mágico ao longo dos jogos foi um fator determinante. Torcedores, imprensa e principalmente a comissão técnica acreditavam ser impossível a possibilidade de um time com tantos craques falhar ou jogar mal. A expectativa da imprensa antes da Copa era a repetição do Futebol Arte de 1982, enquanto Parreira preferia a segurança e estabilidade aplicada pelos campeões de 1994. A realidade mostrou-se diferente, não ocorreu a evolução esperada pela comisão técnica. O Brasil foi regular em 4 jogos medíocres e um bom jogo contra a galinha-morta japonesa.
A culpa não foi apenas da comissão técnica. Poucos jogadores mostraram dedicação, eles pareciam acreditar que os jogos fossem resolvidos naturalmente e esqueceram "de suar a camisa". A participação numa Copa do Mundo deveria ser a força-motriz para motivar qualquer jogador, mas não os brasileiros. Faltou liderança e uma dose extra de empenho. Enquanto Parreira se auto-intitulava "gestor de talentos", os verdadeiros craques do time foram as formiguinhas: Dida, Juan e Lúcio. O meio-campo brasileiro jogou divorciado das tabelas e seu fracasso culminou com o passeio e a classse do craque francês Zinedine Zidane. Não por acaso a França está nas semi-finais.
Ao Brasil resta o aprendizado. A negligência da maioria dos jogadores brasileiros com a competição e a inoperância da comissão técnica conduziram a barca ao naufrágio. O futebol ensinou mais uma vez que não há vitória sem esforço.