segunda-feira, julho 03, 2006

Futebol 1x0 Brasil

O sonho do hexa-campeonato em 2006 tornou-se um doloroso pesadelo para o Brasil. Mas a derrota não se resumiu ao jogo contra a França, ela foi construída ao longo da Copa; desde os treinos em campos reduzidos na Suiça aos segredos da escalação de Parreira.
As estatísitcas da Seleção escondiam suas próprias falhas maqueadas por números positivos - com 10 gols pró e apenas 1 contra - até o jogo contra Gana. Segundo o técnico da Seleção Sub-23 do Irã Renê Simões, "é fisiologicamente impossível um jogador treinar em ritmo leve e render o máximo durante os jogos". Pelo menos há uma coerência com o time de Parreira, a Seleção jogou no ritmo dos treinos.
Além da preparação, a ineficiência do Quarteto Mágico ao longo dos jogos foi um fator determinante. Torcedores, imprensa e principalmente a comissão técnica acreditavam ser impossível a possibilidade de um time com tantos craques falhar ou jogar mal. A expectativa da imprensa antes da Copa era a repetição do Futebol Arte de 1982, enquanto Parreira preferia a segurança e estabilidade aplicada pelos campeões de 1994. A realidade mostrou-se diferente, não ocorreu a evolução esperada pela comisão técnica. O Brasil foi regular em 4 jogos medíocres e um bom jogo contra a galinha-morta japonesa.
A culpa não foi apenas da comissão técnica. Poucos jogadores mostraram dedicação, eles pareciam acreditar que os jogos fossem resolvidos naturalmente e esqueceram "de suar a camisa". A participação numa Copa do Mundo deveria ser a força-motriz para motivar qualquer jogador, mas não os brasileiros. Faltou liderança e uma dose extra de empenho. Enquanto Parreira se auto-intitulava "gestor de talentos", os verdadeiros craques do time foram as formiguinhas: Dida, Juan e Lúcio. O meio-campo brasileiro jogou divorciado das tabelas e seu fracasso culminou com o passeio e a classse do craque francês Zinedine Zidane. Não por acaso a França está nas semi-finais.
Ao Brasil resta o aprendizado. A negligência da maioria dos jogadores brasileiros com a competição e a inoperância da comissão técnica conduziram a barca ao naufrágio. O futebol ensinou mais uma vez que não há vitória sem esforço.

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