segunda-feira, julho 21, 2008

Raça e Bom Momento



" - Você viu jogo? Parecia time japonês!


- Acho que não. O estilo raçudo e a
catimba me lembrou o Boca Jr.,
principalmente quando ele disputa a Libertadores
com um time ruim.


- Isso é verdade! Foi jogo pra pirão... "


O diálogo acima bem que poderia ser ouvido nos bares de Salvador, entre dois tricolores. A noite de sábado(19/07) ficou marcada por buzinaços de um sofrido torcedor que a muito tempo não tinha alegrias com o time. Aliás, precisou entrar com uma equipe de reservas para o Bahia voltar a ser o velho Esquadrão de Aço, e com a sua característica histórica: a raça tricolor.
Após a vitória, o Bahia manteve o tabu de 11 anos sem perder para o Corinthians e ainda conquistou uma auto-estima que será importante para as próximas rodadas do Brasileirão. A equipe se portou bem taticamente, Artuzinho jogou no 3-5-2 e após os primeiros 30 minutos de jogo alterou a formação com 2 linhas de quatro jofadores com o avanço de Rogério para o meio-campo e o recuo dos laterais.
Raça e disciplina tática foram os sinônimos do time ao longo dos 90 minutos. Mas, os problemas continuam, mesmo com jogadores reservas. Curioso como o Bahia - denominado pela imprensa de demolidor de invictos - mantém a postura de time pequeno e recua após marcar um gol. Para a Nação Tricolor já virou rotina: quanto mais cedo o Bahia marca, mais cedo pára de atacar, e mais cedo começa o sofrimento do torcedor. No jogo em questão, o gol de Elias saiu aos 9 minutos em cobrança de falta, à direita da grande área. E depois? Bem...
Foram 81 minutos de desarmes e bolas rifadas pela defesa. Como diz o ditado, há "dois lados da moeda." Com um time repleto de reservas, o Bahia não teria preparo físico para defender e atacar os 90 minutos, por outro lado, o tricolor não enfrentaria sufoco se mantivesse a posse de bola ao invés de recuar e atrair o adversário para o próprio campo.
Críticas à parte, foi uma noite heróica para os triclores. O desafio de Arturzinho e seus comandados será transformar o resultado de sábado num divisor de águas no Campeonato. Afinal, falta regularidade ao Bahia e os seus 47% de aproveitamento continuam distantes dos 63% do Avaí - quarto colocado.


Notas Interessantes:



  • Os curiosos poderiam reparar no desânimo de Galvão ao longo da partida. Nos momentos finais do jogo, o exausto centroavante ainda corria e saltava contra 3 ou 4 defensores do Timão. Era visível uma certa impaciência com as bolas rifadas pela zaga: ele só recebeu "bolas quadradas."

  • Luciano Totó fez um grande jogo! Anulou Lulinha com boa marcação, e no retorno do segundo tempo ainda teve fôlego para marcar Douglas - o cérebro do time alvi-negro.

  • Os reservas tricolores cumpriram seu papel, e despertaram a atenção do técnico que deverá promover mudanças no time titular.

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