terça-feira, novembro 30, 2010

Bahia: passado ou presente?

Crise, falta de planejamento, administrações antidemocráticas, pouco dinheiro e más contratações. Essas são algumas das palavras com as quais o torcedor tricolor conviveu desde o rebaixamento para Série B em 2003. Neste ano, o trabalho do diretor de futebol Paulo Angioni, a chegada do técnico Márcio Araújo e alguns acertos nas contratações permitiram o retorno do clube à Série A. Mas infelizmente, nada disso impediu que o Bahia flertasse com velhos fantasmas.

Que fique registrado nestas linhas: gostaria de escrever sobre o retorno do Bahia, o bom trabalho do técnico Márcio Araújo, os 65 pontos e a excelente média de público em Pituaçu com 18654 pessoas por jogo - fato que será digno de homenagem da CBF na festa de premição que reúne os melhores do Campeonato Brasileiro, no dia 06 de Dezembro. Porém nem sempre escrevo aquilo que quero, mas aquilo que preciso. E agora, com o campeonato encerrado, o clima de Ano Novo deve servir de reflexão, principalmente para a diretoria tricolor.

Retrospectiva - No dia 04/11, véspera da derrota para o Brasiliense por 3x2, os jogadores do Bahia deixaram o treino de lado para cobrar salários atrasados à direção do clube. Na época, a diretoria divulgou nota oficial afirmando que os salários de setembro estariam nas contas bancárias dos atletas até o dia 08/11. De acordo com o comunicado, o salário de outubro seria pago entre os dias 15 e 16/11. Já naquele momento, o sinal de alerta estava ligado, mas segundo os próprios jogadores, nada que preocupasse.

O detalhe é que o salário de outubro não foi depositado no prazo e o dinheiro só foi pago na última sexta-feira. Por isso, entre o torcedor mais supersticioso e o matemático de plantão, alguns fatos são no mínimo curiosos: afinal, o time que até a 33a. rodada apresentava 59% de aproveitamento, venceu apenas dois dos últimos cinco jogos. O que isso significa? Se o tricolor baiano tivesse vencido ao menos as duas últimas rodadas teria se igualado em praticamente todos os critérios com o líder Coritiba : 71 pontos, 21 vitórias, 8 empates e 9 derrotas. O título de campeão seria decidido no saldo de gols.

Não bastasse a oscilação das últimas rodadas, o clube ainda enfrentou o constragimento de não escalar quatro jogadores na partida de sábado, contra o Bragantino, porque os laterais Ávine e Diego Corrêa e os atacantes Rodrigo Gral e Mendes tomaram tranquilizantes sem recomendação médica antes do embarque para São Paulo. O fato seria cômico não fosse trágico.

O torcedor tricolor, bi-campeão brasileiro e detentor de uma campanha tão bonita - com quase 336 mil pessoas em Pituaçu ao longo de toda Série B - não merecia ter um fim de temporada assim.

Nenhum comentário: